MANHÃ
LOCAL KUYA - Centro de Design do Ceará
11h-12h30
Vermelho Vivo: Chumbo, Papel e Cravos
com Ângela Berlinde, Miguel Del Castillo e David-Alexandre Guéniot (GHOST Editions)
Ângela Berlinde, curadora da exposição Vermelho Vivo, conversa com Miguel Del Castillo, curador dos livros da ditadura brasileira e com o editor David-Alexandre Guéniot (GHOST Editions), co-editor “Livros de Fotografia em Portugal: Da Revolução ao Presente”
Ângela Berlinde (PT) é artista, investigadora e curadora na área da Fotografia Contemporânea. Doutora em Comunicação Visual pela UM Braga e pós-doutorada em Poéticas transdisciplinares e Fotografia híbrida É co-fundadora do Atlas Digital de Livros de Fotografia em Portugal. Integrou a equipe de coordenação geral do Fotofestival SOLAR, no qual é consultora artística.
Miguel Del Castillo é escritor, tradutor, editor e curador. Carioca radicado em São Paulo, é autor do livro de contos Restinga e do romance Cancún (finalista do Prêmio São Paulo de Literatura), ambos publicados pela Companhia das Letras. Foi editor da Cosac Naify e do site da revista ZUM, manteve uma coluna sobre fotolivros no site da livraria Megafauna e é mestrando em literatura comparada na USP. Organizou exposições como Stefania Bril: desobediência pelo afeto e Escrever com a imagem e ver com a palavra: fotografia e literatura na obra de Maureen Bisilliat. É coordenador da Biblioteca de Fotografia do Instituto Moreira Salles.
David-Alexandre Guéniot, nascido na França, em 1972, formado em Ciências Políticas e Filosofia, é diretor artístico da editora GHOST, que fundou em 2011 com a fotógrafa Patrícia Almeida. Desde então, publicou mais de 40 livros de artistas, muitos deles premiados, como o Prémio de Design de Livro do Ministério da Cultura de Portugal (2018, 2019, 2021) e o Prémio de Melhor Livro de Investigação Histórica da PhotoEspaña (2024). Como autor, coassinou obras com Patrícia Almeida, incluindo Ma Vie Va Changer (2015). Em 2022, publicou O Livro da Patrícia, uma reflexão visual sobre memória e fotografia. É coeditor do livro Livros de Fotografia em Portugal: Da Revolução ao Presente, que conquistou o prémio de Melhor Livro de Fotografia do Ano, em 2024.
TARDE
LOCAL KUYA - Centro de Design do Ceará
14h-15h30
Figuras de tempos e sonhos
Joaquim Paiva conversa com Rony Maltz e Carolina Cattan
O fotógrafo Joaquim Paiva e os editores Carolina Cattan e Rony Maltz conversam sobre seu processo de criação de fotolivros, do conceito às escolhas materiais, a partir das três últimas obras de Paiva com a {Lp} press: Estas figuras de tempos e sonhos (2024), Lantejoulas cintilantes no Vale do Amanhecer (2022) e Rodoviária de Brasília (2021).
Estas figuras de tempos e sonhos (Lp press, 2024) revisita as principais imagens da carreira e da vida de um dos maiores colecionadores de fotografia do país. Mas, como a matéria da memória, as imagens estão sempre se transformando. No livro de fotografias, a edição é o gesto que (re)cria a experiência, pelo olhar. No seu mais imersivo fotolivro, Paiva fabrica sua automitologia, sem distinguir invenção e fato, ficção e realidade, performance e documento, fiel à prerrogativa de que, “melhor do que a palavra, convence a imagem”.
Joaquim Paiva é fotógrafo brasileiro, nascido em 1946, no Rio de Janeiro, Joaquim é um colecionador de fotografias contemporâneas, brasileiras e internacionais. Faz diários autobiográficos visuais desde 1998. Tem diversas publicações editadas, entre elas o livro de artista “128 diários”. Possui obras na MEP Paris, na Biblioteca Nacional da França e no Museum of Fine Arts Houston. Sua coleção faz parte do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Rony Maltz é editor, artista visual e professor, doutor em Linguagens Visuais pela EBA/UFRJ e mestre em Fotografia pelo ICP-Bard College (NY). Autor de diversos fotolivros, como Vila Autódromo, Rio de Janeiro (2019), com Guilherme Freitas, premiado no Kassel Photobook Award 2019, na Alemanha. Fundou a {Lp} press, com Carolina Cattan, em 2015. Produtor da Feira URCA de arte impressa e curador das exposições O erro, a rua e Livros possíveis, no Ateliê da Imagem, no Rio, e Livro livre, com Leandro Pimentel, em Arles, na França. É editor da revista ZUM, do Instituto Moreira Salles.
Carolina Cattan é graduada em música pela Universidade de Houston (TX), Carolina Cattan é fotógrafa há mais de 20 anos. Produziu artesanalmente mais de 100 livros de artista, que hoje integram o acervo de livrarias no Rio e em São Paulo. Seu trabalho foi incluído entre os 100 melhores fotolivros latino-americanos pelo 10x10 CLAP. Curadora, junto com Rony Maltz, da exposição Livros Possíveis, no Ateliê da Imagem (Rio de Janeiro, 2016).
16h-17h30
Festejar os fotolivros, construir comunidades
com Agustina Tato (FELIFA), Olmo González (Fiebre Photobook) e Luciana Molisani IMAGINÁRIA_festa do fotolivro) - mediação de Daniela Moura
Para falar sobre os festivais de fotolivros, pontos de encontro essenciais na construção de comunidades entre criadores, editores, leitores, colecionadores, estudantes e profissionais da área, o SOLAR convidou Agostina Tato, do FELIFA (Argentina), Olmo Gonzáles Moriana, do Fiebre Photobook (Espanha), e Luciana Molisani + José Fujocka, da IMAGINÁRIA_festa do fotolivro (Brasil). Durante este encontro, as pessoas representantes de cada festival compartilharão e refletirão sobre suas estratégias e práticas para celebrar e ampliar a visibilidade e circulação dos livros fotográficos.
Augustina Tato é fotógrafa e professora. É membra da Turma, plataforma educação, produção e difusão da cultura visual Latino-americana e Co-diretora do FELIFA, festival de livros de fotografia e artes gráficas, 18ª edição. Fez parte do Coletivo de Artistas do Grupo de las Indias participando de diversos projetos de arte impressa. Entre os anos 1999-2001, expôs no Museu Torres García, Uruguai; Fundação Telefónica, Santiago do Chile; Museu Centro Municipal de Arte Juan Carlos Castagnino, Mar del Plata; Sala Gráfica Contemporânea Matilde Marín; ArteBA e Centro Cultural Borges. Seu projeto fotográfico e audiovisual Onde está a lua Ronda ganhou o Prêmio de Publicação Latino-Americana Luminosa-Felifa 2015 através do qual o livro foi publicado com 200 exemplares. Também realizou exibições no Centro Cultural Borges, na galeria de fotos 22 em Chivilcoy e em MU Cooperativa, com o trabalho La Vaca, entre outras. Seu vídeo foi selecionado no Festival Photovisa, Krasnodar Rússia em 2014.
Olmo González é gestor comunitário e gestor cultural especializado em fotolivros, trabalha no Fiebre Photobook, o primeiro festival de fotolivros da Espanha, bem como no meio de Comunicação El Salto como gestor de rede. Também participa de escolas e festivais com oficinas, palestras, exibições, curadoria de livros, produção de resenhas em sites especializados, além de possuir o primeiro canal no YouTube em espanhol sobre fotolivros. Acompanhou Cristina de Middel, Ruth Montiel Arias e Maite Camacho (IN-Sonora), entre outros, além de aconselhar ou formar mais de 100 autores. Além disso, publicou por conta própria três fotolivros, 15 fanzines e inúmeras maquetes.
Luciana Molisani, paulistana, nascida em 1970, é graduada em Artes Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP-SP. Participou como artista em diversos salões e mostras de arte, sob iniciativas institucionais ou em grupos artísticos independentes. Desde 1997 é sócia e diretora criativa na agência Irmãs de Criação e a partir de 2003 participa da organização, edição e direção de arte de várias publicações do mercado editorial. Em 2011 e 2014, ganha Prêmio Jabuti pelos livros “Miro, artesão da luz”(fotografia) e “Maquiagem – Marcos Costa” (capa), respectivamente. Tem ainda em seu currículo, os prêmios Fernando Pini (2006 e 2013) e Theobaldo de Nigris (2006) de excelência gráfica em publicações. Funda em 2018, com José Fujocka, a Lovely House casa de livros e editora, atualmente o único espaço no Brasil dedicado exclusivamente a publicações de fotografia, artes e design, onde atua como editora, curadora de publicações e desenhista gráfica. É uma das idealizadoras e realizadoras da IMAGINÁRIA_Festa do Fotolivro (festivalimaginaria.com.br), o primeiro festival brasileiro dedicado aos livros de fotografia, que teve sua inauguração em 2021.
NOITE
LOCAL PINACOTECA DO CEARÁ
19h30-21h
O velho mundo está morrendo, o novo demora a nascer.
com Alfredo Jaar, mediação de Moacir dos Anjos
Artista chileno residente em Nova York, Alfredo Jaar tem desenvolvido projetos atravessados por questões como genocídios, crises humanitárias, políticas, migratórias e financeiras, a partir de múltiplas linguagens, como a fotografia, a instalação, o audiovisual e a performance.
Ano passado, ao inaugurar, em Pernambuco, a instalação “Claro-Escuro”, com a frase de Gramsci que também dá nome a essa conversa, Jaar afirmou que “Todo lugar agora é o centro do mundo”, afirmando que não deve mais haver uma cultura que domine o resto, nem um lugar que domine o resto. Nesta conversa, a partir da trajetória do artista, discutiremos as relações de poder por meio da investigação das políticas das imagens, refletindo sobre a importância das artes e da cultura, na luta por justiça social.
Alfredo Jaar é um artista, arquiteto e cineasta chileno que vive e trabalha em Nova York. Conhecido por suas instalações, ele incorpora elementos da Fotografia a suas obras, produzindo reflexões sobre questões políticas e sociais. Ele recebeu o Prêmio de Arte de Hiroshima em 2018 e o Prêmio Hasselblad em 2020. Em 2024, ele foi agraciado como IV Prêmio Albert Camus do Mediterrâneo. Participou de diversas Bienais de Veneza, de São Paulo e também da Documenta em Kassel. Fez parte de importantes exposições recentes em KINDL, Berlim (2024), Museu de Arte Contemporânea, e Hiroshima (2023), SESC Pompeia, São Paulo (2021), na Cidade do Cabo, África do Sul (2020), dentre outras.
Moacir dos Anjos é pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. Foi curador da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e das mostras Cães sem Plumas (Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, 2014), A Queda do Céu(Paço das Artes, 2015), Travessias 5 - Emergência (Galpão Bela Maré, 2017), Quem não luta tá morto. Arte democracia utopia (Museu de Arte do Rio, 2018), Raça, classe e distribuição de corpos (Fundação Joaquim Nabuco, 2018), Educação pela pedra (Fundação Joaquim Nabuco, 2019), Língua Solta (com Fabiana Moraes, Museu da Língua Portuguesa, 2021), Alfredo Jaar – Lamento das Imagens (Sesc Pompéia, 2021) e Necrobrasiliana (Fundação Joaquim Nabuco, 2022). É autor dos livros Local/Global. Arte em Trânsito (2005), ArteBra Crítica (2010) e Contraditório. Arte, Globalização e Pertencimento (2017).